quinta-feira, 21 de abril de 2011

Crônica do Amor


Por Arnaldo Jabor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim. 
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Os 100 melhores livros de todos os tempos

Adoro livros; adoro lê-los. Interessante notar que muitos procuram expor como tal hábito já adquiriu características "patológicas", mas... Quem liga? Muitos são livres mas convivem com o mundo em ambiente paralelo. Eu, pelo menos, mergulho no mundo real, mas com a fantasia da personagem melhor adaptada para aquele dia.
Segue abaixo uma lista, esta muito emprestada do site BULA REVISTA que tem artigo bastante interessante sobre.

Grande abraço.

Boa leitura!

1. Guerra e Paz, Lev Tolstoi, 1869

2. 1984, George Orwell, 1949

3. Ulisses, James Joyce, 1922

4. Lolita, Vladimir Nabokov, 1955

5. O Som e a Fúria, William Faulkner, 1929

6. O Homem Invisível, Ralph Ellison, 1952

7. Rumo ao Farol, Virginia Woolf, 1927

8. Ilíada e Odisséia, Homero, século VIII a.c.

9. Orgulho e Preconceito, Jane Austen, 1813

10. A Divina Comédia, Dante Alighieri, 1321

11. Os Contos de Cantuária, Geoffrey Chaucer, século XV
12. As Viagens de Gulliver, Jonathan Swift, 1726
13. A Vida Era Assim em Middlemarch, George Eliot, 1874
14. Quando Tudo se Desmorona, Chinua Achebe, 1958
15. O Apanhador  no Campo de Centeio, J. D. Salinger, 1951
16. E Tudo o Vento Levou, Margaret Mitchell, 1936
17. Cem Anos de Solidão, Gabriel García Márquez, 1967
18. O Grande Gatsby, Scott Fitzgerald, 1925
19. Catch 22, Joseph Heller, 1961
20. Beloved, Toni Morrison, 1987 
21. As Vinhas da Ira, John Steinbeck, 1939
22. Os Filhos da Meia-Noite, Salman Rushdie, 1981
23. Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley, 1932
24. Mrs. Dalloway, Virgínia Woolf, 1925
25. O Filho Nativo, Richard Wright, 1940
26. Da Democracia na América, Alexis de Tocqueville, 1835
27. A Origem das Espécies, Charles Darwin, 1859
28. Histórias, Heródoto, 440 a.c.
29. O Contrato Social, Jean-Jacques Rosseau, 1762 
30. O Capital, Karl Marx, 1867
31. O Príncipe, Nicolau Maquiavel, 1532
32. Confissões, Santo Agostinho, século IV
33. Leviatã, Thomas Hobbes, 1651
34. História da Guerra do Peloponeso, Tucídides, 431 a.c.
35. O Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien, 1954
36. Winnie The Pooh, A. A. Milne, 1926 
37. O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, C. S. Lewis, 1950
38. Passagem para a Índia, E. M. Forster, 1924
39. Pela Estrada Fora, Jack Kerouac, 1957
40. Por Favor Não Matem a Cotovia, Harper Lee, 1960
41. A Bíblia Sagrada
42. Laranja Mecânica, Anthony Burgess, 1962
43. Luz em Agosto, William Faulkner, 1932
44. As Almas da Gente Negra, W. E. B. Du Bois, 1903
45. Vasto Mar de Sargaços, Jean Rhys, 1966
46. Madame Bovary, Gustave Flaubert, 1857
47. O Paraíso Perdido, John Milton, 1667
48. Anna Karenina, Lev Tolstoi, 1877
49. Hamlet, William Shakespeare, 1603
50. Rei Lear, William Shakespeare, 1608
51. Otelo, William Shakespeare, 1622
52. Sonetos, William Shakespeare, 1609
53. Folhas de Erva, Walt Whitman, 1855
54. As Aventuras de Huckleberry Finn, Mark Twain, 1885
55. Kim, Rudyard Kipling, 1901
56. Frankenstein, Mary Shelley, 1818
57. Song of Solomon, Toni Morrison, 1977 
58. Voando Sobre um Ninho de Cucos, Ken Kesey, 1962
59. Por Quem os Sinos Dobram, Ernest Hemingway, 1940
60. Matadouro Cinco, Kurt Vonnegut, 1969
61. O Triunfo dos Porcos, George Orwell, 1945
62. O Deus das Moscas, William Golding, 1954
63. A Sangue Frio, Truman Capote, 1965
64. O Caderno Dourado, Doris Lessing, 1962
65. Em Busca do Tempo Perdido, Marcel Proust, 1913
66. À Beira do Abismo, Raymond Chandler, 1939
67. Na Minha Morte, William Faulkner, 1930
68. O Sol Nasce Sempre (Fiesta), Ernest Hemingway, 1926
69. Eu, Cláudio, Robert Graves, 1934 
70. Coração, Solitário Caçador, Carson McCullers, 1940
71. Filhos e Amantes, D. H. Lawrence, 1913
72. All The King's Men, Robert Penn Warren, 1946
73. Go Tell It on The Mountain, James Baldwin, 1953
74. A Menina e o Porquinho, E. B. White, 1952
75. O Coração das Trevas, Joseph Conrad, 1902
76. Noite, Elie Wiesel, 1958
77. Corre, Coelho, John Updike, 1960
78. A Idade da Inocência, Edith Wharton, 1920
79. O Complexo de Portnoy, Philip Roth, 1969
80. Uma Tragédia Americana, Theodore Dreiser, 1925
81. O Dia dos Gafanhotos, Nathanael West, 1939
82. Trópico de Câncer, Henry Miller, 1934
83. O Falcão de Malta, Dashiell Hammett, 1930
84. Mundos Paralelos, Philip Pullman, 1995
85. Death Comes for the Archbishop, Willa Cather, 1927
86. A Interpretação dos Sonhos, Sigmund Freud, 1900
87. A Educação de Henry Adams, Henry Adams, 1918
88. O Livro Vermelho, Mao Tsé Tung, 1964
89. As Variedades da Experiência Religiosa, William James, 1902
90. Reviver o Passado em Brideshead, Evelyn Waugh, 1945
91. A Primavera Silenciosa, Rachel Carson, 1962
92. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, John M. Keynes, 1936
93. Lord Jim, Joseph Conrad, 1900
94. Goodbye to All That, Robert Graves, 1929
95. A Sociedade da Abundância, John Kenneth Galbraith, 1958
96. O Vento nos Salgueiros, Kenneth Grahame, 1908
97. A Autobiografia de Malcolm X, Alex Haley e Malcolm X, 1965
98. Eminent Victorians, Lytton Strachey, 1918
99. A Cor Púrpura, Alice Walker, 1982 
100. Memórias da Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill, 1948

sexta-feira, 25 de março de 2011

One Day In Your Life - Um Dia Em Sua vida


One Day In Your Life

One day in your life
You'll remember a place
Someone touching your face
You'll come back and you'll look around, you'll ...
One day in your life
You'll remember the love you found here
You'll remember me somehow
Though you don't need me now
I will stay in your heart
And when things fall apart
You'll remember one day ...
One day in your life
When you find that you're always waiting
For a love we used to share
Just call my name, and I'll be there
You'll remember me somehow
Though you don't need me now
I will stay in your heart
And when things fall apart
You'll remember one day ...
One day in your life
When you find that you're always lonely
For a love we used to share
Just call my name, and I'll be there

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Na jornada

E os meus sentimentos sempre fizeram-se recorrentes como um Rio que segue seu curso até o Mar.
Mar inquieto, desconfiado pela dor, demora em receber o curso do Rio. Este, antes impetuoso, agora receia pelas comportas de saída para o Mar estarem fechadas novamente. Antes, hospitaleira, apanhava o Rio pelos braços. A sua paixão, vontade de tê-lo em seu abraço descabelando-a e arrepiando-a toda era tamanha que assim cativou o Rio a ser maior, mais rápido e a mudar de ares, abrigando mais vida. O Mar formava o Rio na cumplicidade do tempo: não tinha hora nem tempo, era simples a fórmula de bem-querer de ambos. O Rio sossegado, levava seu todo para o Mar com tanto esmero e isso era tão bom e verdadeiro. Sentem saudades um do outro, mas o Mar se camufla pelas bordas, abstrai-se ao invés de casar o Rio, se resume a horizonte distante mesmo dando sinais claros de saudades ininterruptas _ fenômeno espelhado. Porém, através do vento, o Mar atravessa a solidão e o silêncio com o seu aroma que suscita a devida coragem do Rio fugir da morte: precisa, então, ter o Mar novamente e, assim, o enlace se restabelecerá. Juntos, Mar e Rio passarão a ser oceano, onde a vida recomeça a cada instante com o ímpeto da novidade, do primeiro beijo, fruta madura. E onde os espaços serão todos ocupados pelo olhar compenetrado daqueles que se amam desde sempre.


Um Meio ou Uma Desculpa

(Por ROBERTO SHINYASHIKI)

Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho, sem sacrificar feriados e domingos pelo menos uma centena de vezes.
Da mesma forma, se você quiser construir uma relação amiga com seus filhos, terá que se dedicar a isso, superar o cansaço, arrumar tempo para ficar com eles, deixar de lado o orgulho e o comodismo.
Se quiser um casamento gratificante, terá que investir tempo, energia e sentimentos nesse objetivo.

O sucesso é construído à noite! Durante o dia você faz o que todos fazem, mas, para obter um resultado diferente da maioria, você tem que ser especial. Se fizer igual a todo mundo, obterá os mesmos resultados. Não se compare à maioria, pois, infelizmente ela não é modelo de sucesso.

Se você quiser atingir uma meta especial, terá que estudar no horário em que os outros estão tomando chope com batatas fritas.
Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão.
Terá de trabalhar enquanto os outros tomam sol à beira da piscina.

A realização de um sonho depende de dedicação, há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica, mas toda mágica é ilusão, e a ilusão não tira ninguém de onde está, em verdade a ilusão é combustível dos perdedores, pois...
 
Quem quer fazer alguma coisa, encontra um MEIO...

Quem não quer fazer nada, encontra uma Desculpa!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O que é ser homem hoje?



O que é ser homem hoje?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Ter foco

Hoje tenho muitas coisas para fazer como escrever meu artigo, preparar portfólio da empresa, estudar psicologia, ir à formatura de meu sobrinho... São tantas coisas que eu me desencontro ao procurar por qual começar! Mas essa queixa me trouxe uma parábola interessante que fala sobre essa paranóia em abraçar o mundo, ser multi-funcional. Isso me lembra a história do mestre que perguntou aos discípulos se eles preferiam ser águias ou patos e eles perguntaram: qual a diferença? O mestre respondeu: o pato nada, anda e voa e a águia só voa. Os discípulos responderam: “Prefiro ser pato!”. E o mestre disse: Só que o pato nada mal, anda mal e voa mal!
_ Vocês preferem ser águia ou pato? - perguntou o mestre aos seus discípulos.
_ Prefiro ser águia - disse um deles.
O outro discípulo franziu o cenho e perguntou:
_ Mestre, qual a diferença entre ser pato ou águia?
_ O pato nada, anda e voa e a águia só voa. - disse o mestre em tom irônico.
_ Prefiro ser pato! - meio que de súbito o discípulo tentando se consertar da resposta anterior.
E o mestre disse:
_ Só que o pato nada mal, anda mal e voa mal!

Pois é, vejo que ser águia é ter foco, ser laser, fazendo as coisas compenetradamente.
Nessas horas uma agenda me seria bastante útil...

*Tentando ser águia!


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Amor: senti-lo, somente, não basta.


O Amor... Esse é um sentimento que vem na forma humana. Reflete nos olhos do outro. Uma reação instantânea, combustão.
Só sentir ou procurá-lo primeiro em si assim, dentro de nós, é utopia. Tem que haver o reflexo! O Par é de dois.
Há quem acredite no amor e é feliz.
Há quem não acredite no amor e é infeliz.
E há quem o aceita em falar, mas o reprime no peito. Esse é triste. Engana a si mesmo! Afoga-se em seu orgulho, um soberbo-amor.

O Amor.. Este não é somente sentimento (romantismo medieval) é, antes de tudo, situação, estado, ação, pensamento, desejo, transpiração, fato com conhecimento de causa. Provoca reconstruções, evoluções, quedas e proclamações, revoltas. Assume riscos. Provoca saudades mínimas (mas são sempre saudades doídas) e é razão. O amor é escravidão onde ser livre é um defeito.

O Amor... Sucesso de bilheteria! Mais vil que inocente. Incoerente: como ser partidário da paz se ele causa revoltas sucessivas? Como ser partidário do bem se para tê-lo (na pessoa) devemos competir com todas as armas? Paradoxos... A vida é um manguezal, onde amar é saneamento básico!

O Amor... Se fosse figura seria um espelho: quem o quer deve se colocar a sua frente. Saber que é + saber o que quer = ser gente. Confirmado, então, ver-se em dois _ um conhecido e outro na figura do ser amado. É paciência sem especulação! Amar exige o presente, nunca projeção _ o futuro é prático, é o mesmo instante do beijo.

Amar... Delito, crime perfeito, pecado e castigo. Doce veneno. É pele, fruta, dinheiro, olhar e sorriso _ sorriso no olhar. O Amor... Não é comprar uma obra de arte. É criar a obra e arte e ser esposição permanente!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Amor e individualidade: sem frações, são dois inteiros!

A civilização ocidental está acostumada a divinizar seus sentimentos. Deuses insensatos que congelam nossos comportamentos por sabermos que eles estão atrelados ao julgamento da sociedade. Bem, o amor em superlativo grau é uma invenção nossa, mas como um "cientista maluco" devemos ter cuidado com nossas invenções. Abaixo segue um texto do Psiquiatra Flávio Gikovate que muito entende do assunto, mas possui uma postura pouco romântica do que seja um relacionamento amoroso saudável. Confira.

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei.

Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.

A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.

Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.

Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade..
Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.

Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.

Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não à partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação,há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...

No meu jeito particular de ver os relacionamentos sempre os encarava como sendo uma rosa: o muco e seus espinhos. Bem, nova forma de amar, tudo bem, porém há nova forma de evitar ciúmes e barulheiras tão humanas? Bem, façamos mais teorizações... Mas não esqueçamos de expressar nossos desejos.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Uma estrela cadente que resolveu voltar pro Céu

Catarina, garota doce de apenas 16 anos, lutava contra uma doença rara, mas empenhou o papel que somente os heróis desempenham. Uma heroína se faz não com super poderes, mas pela postura que assume, sempre reta: sabe o que dizer; permite-se espalhar alegria mesmo que seja na dor.
No dia 31 de janeiro de 2010 foi o fim? Eu diria que não. Sabe aquele passo que esboçamos, levantando nosso pé e, bem perto do chão, na iminência de sentir a pressão dos pés contra o chão, resistimos e voltamos atrás? Não o damos. Mas por quê? Bem, quem sabe seria por covardia. Porém, no caso de Cacá pode-se dizer que foi pura ousadia. Não a acompanhei nem por um dia, mas para uma criança de sua idade senti que o sofrimento não a importunava. Na certa evitava que o propagasse pelo espaço. A sua luta não foi em vão, fez nascer um movimento que deixou de ser tímido, ganhou corpo, cresceu na sua aparente derrota. Vejo você como a guerra dos martis: quando cai, alguém é sustentado; quando grita, muitos ou ao menos um é guardado em tranqüilo tratamento; quando sujo, outro é limpo; quando faminto, outro ganha comida e aposento; quando sofre de dor, outro tem suas feridas tratadas; quando percebe que a morte está próxima, outro sorri com a esperança renovada, pois a luta está construindo pontes. Você se foi e deixou um sentido muito maior que o de perda: o de ganho! Eu te acompanhei em comentários, em escritos em blogs, vi seu tratamento. Lembro que a vida é um livro em branco, cada dia uma página. Mas há quem pense que seja um livro escrito, suas páginas estão empoeirados e a cada virada de página/dia passa-se o dedo indicador suavemente tracejando suas linhas, descortinando a ação. Se escreveu agora ou se já constava lá sua vida, disso eu não sei... Mas sua vida teve um capítulo tão belo e importante por imprimir aos que mais precisam e venham a precisar de um tratamento semelhante uma esperança, deu fôlego aos que precisam e aos que se prestam a ajudá-los. Foi um capítulo lindo que está sem o punho da autora, mas que merece por outros uma biografia, aquela continuação dentro dos ganhos já obtidos, mas observando os próximos _ esse é o sentimento.