sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Uma estrela cadente que resolveu voltar pro Céu

Catarina, garota doce de apenas 16 anos, lutava contra uma doença rara, mas empenhou o papel que somente os heróis desempenham. Uma heroína se faz não com super poderes, mas pela postura que assume, sempre reta: sabe o que dizer; permite-se espalhar alegria mesmo que seja na dor.
No dia 31 de janeiro de 2010 foi o fim? Eu diria que não. Sabe aquele passo que esboçamos, levantando nosso pé e, bem perto do chão, na iminência de sentir a pressão dos pés contra o chão, resistimos e voltamos atrás? Não o damos. Mas por quê? Bem, quem sabe seria por covardia. Porém, no caso de Cacá pode-se dizer que foi pura ousadia. Não a acompanhei nem por um dia, mas para uma criança de sua idade senti que o sofrimento não a importunava. Na certa evitava que o propagasse pelo espaço. A sua luta não foi em vão, fez nascer um movimento que deixou de ser tímido, ganhou corpo, cresceu na sua aparente derrota. Vejo você como a guerra dos martis: quando cai, alguém é sustentado; quando grita, muitos ou ao menos um é guardado em tranqüilo tratamento; quando sujo, outro é limpo; quando faminto, outro ganha comida e aposento; quando sofre de dor, outro tem suas feridas tratadas; quando percebe que a morte está próxima, outro sorri com a esperança renovada, pois a luta está construindo pontes. Você se foi e deixou um sentido muito maior que o de perda: o de ganho! Eu te acompanhei em comentários, em escritos em blogs, vi seu tratamento. Lembro que a vida é um livro em branco, cada dia uma página. Mas há quem pense que seja um livro escrito, suas páginas estão empoeirados e a cada virada de página/dia passa-se o dedo indicador suavemente tracejando suas linhas, descortinando a ação. Se escreveu agora ou se já constava lá sua vida, disso eu não sei... Mas sua vida teve um capítulo tão belo e importante por imprimir aos que mais precisam e venham a precisar de um tratamento semelhante uma esperança, deu fôlego aos que precisam e aos que se prestam a ajudá-los. Foi um capítulo lindo que está sem o punho da autora, mas que merece por outros uma biografia, aquela continuação dentro dos ganhos já obtidos, mas observando os próximos _ esse é o sentimento.

4 comentários:

Jesiane Wanziler disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Claudia disse...

Linda postagem. Se eu fosse escrever, não conseguiria chegar a estas palavras, tão exatas.
Obrigada pelo carinho.
Claudia (mãe da Cacá)

Ronaldo DeBoer disse...

Obrigado pelo carinho, Bela. Você captou bem: "sorriso de menina na coragem de mulher". bjo!

Ronaldo DeBoer disse...

Olá, Claudia!

Perdão por estar respondendo somente agora seu comentário. Eu me sinto lisonjeado pela sua observação. A luta que Carol travou está ecoando beneficamente na sociedade. Espero que você e sua família estejam bem. Suas palavras... De quem participou de tudo aquilo, na maior intensidade.... Eu que estou sem palavras. Você também é uma guerreira!
Grande abraço e fique com Deus!
A Paz!

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